quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Deixa chover canivete que o resto o mel de tiúba resolve

Amigos curtam esse ótimo texto da Dra. Fátima Oliveira:

Mel de abelha possui funções nutricionais e é energético
Médica - fatimaoliveira@ig.com.br

É um dito popular sobre o poder curativo do mel de tiúba, cujo uso medicinal remonta a tempos imemoráveis. A tiúba (Melipona compressipes fasciculata) é do grupo das abelhas sem ferrão (as meliponinas), nativas dos trópicos, que no Brasil são mais de 400 espécies. O mel de tiúba é alimento e remédios valiosos. Amo coalhada adoçada com mel de tiúba! Em minha infância até a idade adulta, a palavra mel significava sempre que era mel de tiúba, dada a sua prevalência no médio sertão do maranhão.

Não conhecia outros méis até comprar um pote de mel em supermercado. Era de abelhas Apis. Achei o gosto estranho. Não parecia com o que eu estava costumada. Os méis das abelhas sem ferrão possuem maior quantidade de água e não contêm sacarose, logo são menos enjoativos do que o das abelhas Apis; possuem uma textura mais fina, de sabor entre o ácido e ligeiramente azedo, meio licoroso, e são meis medicinais, usados como expectorante e poderoso cicatrizante de feridas, cientificamente comprovado.

Todo mel de abelha possui funções nutricionais e, sobretudo, é um energético, substituto do açúcar; e desempenha funções terapêuticas. Várias pesquisas demonstraram que o mel é dotado de ação imunológica, ou seja, fortalece o organismo contra as infecções; alivia a dor (analgésico); mata umas coisinhas vivas que causam doença, como as bactérias (antibactericida); age contra inflamações (anti-inflamatório); ajuda a reter cálcio, fortalecendo os ossos; e é um laxante natural.

Um tirador de mel, o velho Zeca Abelha, gabava-se de esbanjar saúde: "Sou sadio de tudo, dona doutora. Nunca tive crisipa nenhuma, nadica de nada. Até essas gripes bestas que pegam em todo mundo, n'eu num pega de jeito nenhum. O mel de tiúba me protege". Machista emérito, dizia que a mulher não era bicho de confiança, sobretudo as viúvas, que era o meu caso, pois "botavam fora" o suor do finado, por qualquer "veste calça", o que não ocorreu comigo.

Recebeu permissão do meu marido para ser dono do mel de nossa roça. Ele cuidava das colméias silvestres, tirava o mel de tiúba e o vendia sem destruir os "ninhos das bichinhas".

Era o dono do mel, mas nos abastecia de mel de tiúba. Seu medo era que eu retirasse a permissão, o que jamais fiz. Quando eu mandava dizer que havia chegado, aparecia de mansinho, com o olhar desconfiado: "Vosmicê mandou chamar?". Um dia, à sombra do frondoso tamarindeiro, diante da minha casa, ele, sentado num tamborete, e eu, deitada numa rede pegando uma fresca da chapada, buscava convencê-lo a conceder-me uma entrevista sobre sua vida de dedicação às abelhas. Era arredio em repassar sua experiência, aprendida do seu avô, mas envelhecia e eu desejava eternizar aquele saber. Ele não!

Queria gravar nossas prosas e publicá-las como ciência e sabedoria de um tirador de mel, pois o considerava uma enciclopédia ambulante de abelhas sem ferrão. Ele não concordava com um meliponário, uma criação artificial de abelhas sem ferrão. "Pra quê Voismicê quer mais abelhas do que já tem nessa mata sua aí? É exagero, patroa! Posso arresponder depois? Vou pensar se dar certo ou não". E lá se vão quase duas décadas sem resposta.

E só virou meu amigo depois de certo dia convidá-lo para uma pinga. "Vamos molhar a palavra com um tiquinho dessa pinga boa, seu Zeca?". Assustado, disse-me: "Mas dona doutora, desculpe, que mal lhe pergunte, e voismicê também gosta de molhar a palavra? Viixe Maria, você é o cão em figura de mulher!".

Fonte: http://www.otempo.com.br/otempo/colunas/?IdEdicao=1511&IdColunaEdicao=10376

Francisco Carlos Alencar
Meliponário alencar
São Luis-MA

Mel auxilia no tratamento de lesões infecciosas

Um estudo da universidade de Nova Zelândia concluiu que o mel é um grande aliado no combate a infecções, provocadas por lesões.

Segundo os pesquisadores, o alimento contém substâncias como flavonóides e o peróxido de hidrogênio, que tem grande poder antibacteriano e anti-inflamatório, que removem do ferimento o pus, cascas de feridas e tecidos mortos, estimulando o crescimento de novos tecidos e impedindo a ação das bactérias.

Assim, quando há um ferimento, estas substâncias formam uma camada protetora que impede que a infecção de estenda. Testes com 30 pacientes com ferimentos graves indicaram que o mel é mais efetivo no controle de infecção do que a sulfadiazina de prata, substância base de pomadas e medicamentos antibacterianos utilizados em hospitais.
Os pacientes tiveram o alimento incluído na dieta, ingerindo duas colheres de sopa por dia, durante o tratamento. Após duas semanas, o pus foi eliminado totalmente e a ferida já estava quase curada. Os estudiosos alertam ainda para eficiência do mel em lesões provocadas por queimaduras.

Segundo eles, a capacidade de reduzir a inflamação e retirar os radicais livres do ferimento deve interromper o progresso do dano à pele, bem como proteger contra o estabelecimento de uma infecção. Eles explicam que seu uso deve ser via oral, através de sua inclusão no cardápio diário e nunca como pomada ou creme.

Fonte: http://portal.mksnet.com.br/ver.php?codigo=32321

Francisco Carlos Alencar
Meliponário Alencar
São Luis/MA

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Guerra de abelhas por néctar tem até espiões e linguagem em código

MARCELO LEITE
da Folha de S.Paulo

Uma curiosidade muito conhecida sobre o mundo natural é a dança que algumas abelhas usam para comunicar às colegas de colméia onde encontrar uma nova fonte de néctar. O que pouca gente desconfia é que essa forma de código pode ter surgido para escapar de táticas bem menos elegantes, mas eficazes --espionagem e força bruta--, como indica estudo publicado hoje on-line na revista científica britânica "Proceedings of the Royal Society" (www.pubs.royalsoc.ac.uk).

O artigo, de autoria de um pesquisador dos EUA e três do Brasil, apresenta os resultados obtidos num experimento com duas espécies de abelhas sem ferrão na fazenda Aretuzina, de propriedade do biólogo e conservacionista Paulo Nogueira-Neto, em São Simão (285 km ao norte de São Paulo), mostrando que uma delas usa marcas de cheiro espalhadas pela outra para encontrar e lhe tomar a fonte de alimento.

Segundo uma hipótese formulada em 1999 por James Nieh, primeiro autor do artigo, a espionagem como a da Trigona spinipes contra a Melipona rufiventris representa forte incentivo para "inventar" uma forma de comunicação abstrata. Ela seria empregada no recesso da colméia, para passar o segredo alimentar adiante.

Os experimentos foram realizados em 2002 e 2003. Participaram, além de Nieh (Universidade da Califórnia em San Diego), Vera Lucia Imperatriz-Fonseca e Felipe Andrés León Contrera, da USP, e Lillian Barreto, da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola. Eles mostraram que as abelhas da espécie T. spinipes, ao saírem em busca de alimento, abandonam as marcas deixadas por suas companheiras quando encontram sinais específicos da M. rufiventris. Seguem a trilha da concorrente e, ao alcançar a fonte, atacam em grande número as inimigas.

Vale tudo, principalmente mordidas nas asas. Com sorte, a T. spinipes acerta a adversária na frágil junção da cabeça ao tórax, decapitando a M. rufiventris. As espiãs costumam vencer combates na base de ferocidade e quantidade.

A M. rufiventris tem comportamento oposto quando encontra marcas deixadas pela T. spinipes: vai procurar néctar noutra freguesia. Apesar de trazer um apoio forte para a teoria do código antiespionagem, o grupo não considera que ela esteja provada.

Ainda há muitos experimentos pela frente, diz Contrera, 29: "Precisamos conhecer os mecanismos que as espécies usam para comunicar às suas companheiras de ninho a localização e a qualidade de uma fonte alimentar. Se provado que as abelhas do gênero Melipona usam comunicação referencial e evitam assim uma espionagem, será uma indicação forte de que ela surgiu devido à pressão evolutiva da espionagem."

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u11985.shtml

sábado, 12 de dezembro de 2009

Dr. Zoo: Abelhas sem ferrão e a produção de mel nas cidades

Vídeo bem legal sobre as Abelhas sem ferrão confiram:



Fonte: http://www.negociosdaterra.com.br/index.php?pg=videoteca&id=79

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Alimentação artificial

Com a chegada do período de chuvas aqui no Maranhão, as fontes de alimento para as abelhas começam a ficar escassas, já se passou a época de florada de várias espécies e consequentemente há pouco pólen e néctar para serem coletados, é um período difícil para as colônias, durante uma vistoria é possível notar os potes de alimento bem menores.

Essa falta de comida influencia até na postura de ovos pela rainha, que frequentemente faz sua ronda pela colônia para ver se o estoque de alimento é suficiente para manter a demanda dos futuros habitantes, logo se ela constata que é tempo de vacas ou melhor de abelhas magras a postura diminui drasticamente, o que não é nada interessante para manutenção do enxame e para qualquer meliponicultor que pretende realizar algumas multiplicações futuramente.

É ai que entra o alimento artificial para manter as colônias durante esse período. Existem muitas receitas, mas em geral são bem parecidas só mudam alguns detalhes, eu faço da seguinte maneira: Coloco para ferver 1 litro de água com algumas folhas de cidreira ou capim limão(o cheiro dessas folhas é um atrativo para as abelhas), quando já estiver com aquele aroma de chá, retiro do fogo adiciono 1 kg de açúcar, mais umas 20 gotas de suplemento vitamínico(vita gold potenciado), facilmente encontrado em qualquer casa veterinária e ainda o suco de 1/2 limão para quebrar as moléculas do açúcar, assim serão mais fáceis de serem absorvidas pelas abelhas.


Depois disso é só deixar esfriar e servir o xarope, eu prefiro colocar internamente em copos de 200ml, pois dessa maneira sei que cada enxame está recebendo uma quantidade exata sem disputa com as campeiras de outro enxame, o que acontece quando se usa o alimentador externo, além do risco de atrair as abelhas apis. Também existem as desvantagens da alimentação interna, além do estresse pelo qual as abelhas passam ao abrir a caixa podemos danificar a estrutura do ninho e ainda matar algumas no momento de fechar, mas é assim cada um com as suas preferências. Você também pode engarrafar e manter na geladeira por alguns dias, eu já mantive por uns oito dias sem problemas de fermentação. Outro detalhe, coloque uns pedacinhos de madeira nos copos que ficarem no interior das colméias, eles serão os "salva-vidas" das abelhas, impedindo que elas morram afogadas no xarope.



É claro que se o criador tiver como objetivo a produção de mel assim que o período de florada recomeçar, os potes devem ser esvaziados, do contrário a produção não será pura já que haverá mistura com o mel de açúcar processado pelas abelhas que nós chamamos de "mel expresso".


Durante a alimentação apareceram umas visitantes em busca de umas gotinhas de xarope, eram as abelhas mosquito, descobri que um amigo nosso o Sr. Caldas tem uma colônia dessa espécie, em breve irei até lá tirar umas fotos e escrever mais sobre essa abelha sem ferrão que faz jus ao nome, ela mede cerca de quatro milímetros e por isso muitos até a confundem com outro tipo de inseto.















É isso meus caros abenautas até a próxima!

Grande Abraço.

Francisco Carlos Alencar
Meliponário Alencar
São Luis - MA



terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Encontro Sobre Abelhas do Maranhão

Olá Amigos!

Aconteceu entre os dias 25 e 27 de novembro, o encontro sobre abelhas do maranhão, realizado na Universidade Estadual do Maranhão - UEMA. Mesmo sobrecarregado com os estudos e alguns outros problemas pessoais (A grama do vizinho sempre parece mais verde...rsrs) não pude deixar de ir pelo menos um dia para acompanhar as novidades sobre nossas abelhas.

Foram apresentados trabalhos, mini-cursos, palestras e demonstração de painéis, com a presença de vários doutores do INPA-AM, SEBRAE-MARANHÃO/TOCANTINS, Universidade Federal do Maranhão-UFMA, Universidade Estadual do Maranhão-UEMA, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - FMRP/USP.

Como disse anteriormente, só pude ir em um dia do encontro, no qual destaco a oportunidade de ter participado do mini-curso Qualidade de Mel e Geoprópolis de abelhas nativas, que teve como instrutores: Msc. Richarde Pereira Dutra(UFMA), Mestranda Mariza Cristina Batista(UFMA), Mestrando Carlos Alexandre(UEMA) e a Química Nayara Aguiar(UEMA) e da Palestra Conservação de abelhas nativas feita pela Dra. Gislene Carvalho Zilse (INPA-AM).

No mini-curso, foram feitos alguns experimentos no labaratório como obtenção do PH e da acidez do mel, também parte dos estudos polínicos do mel, esse estudo serve para identificar quais espécies de plantas foram visitadas pelas abelhas e qual pólen é predominante na composição desse mel e consequentemente a florada, porém é muito difícil encontrar um padrão no mel das abelhas nativas, diferentemente do mel da apis que apresenta semelhança mesmo coletado em regiões diferentes, essa difilculdade em encontrar padrões nas características do mel é que invibializa em parte a criação de uma legislação para a comercialização do mel de abelhas nativas. Também foi apresentado o trabalho sobre o uso da geoprópolis no combate contra tumores e bactérias obtendo ótimos resultados.


A palestra da Dra. Gislene, tratou da importância em se conservar as abelhas nativas, o papel ambiental e social que a atividade representa, deu dicas de como se tornar um meliponicultor, a importância de ter uma boa variedade genética através da união dos criadores, sempre tendo em mente a visão de que ninguém cresce sozinho, realizando trocas de rainhas, processo que pode ser feito retirando a rainha da colônia e colocando-a em um bob de cabelo com um pequeno chumaço de algodão em uma das extremidades e um pouco de cera na outra, logo depois colocar na caixa escolhida para recebê-la.

Essa "prisão" serve para que as operárias da colônia que irá receber a nova rainha não a estranhem e possam ir se adaptando aos poucos até libertarem a rainha retirando a cera do bob, para mascarar o cheiro da rainha pode-se colocar um pedacinho de cebola no interior da colônia, assim as operárias vão se irritar com o cheiro da cebola e se concentrar nela, dessa maneira nem irão dar bola para a rainha que chegou e vão aceitá-la mais facilmente, foi dado como exemplo que se o meliponicultor tiver 15 colônias de abelhas, pelo menos duas rainhas devem ser substituídas por ano, para evitar o cruzamento entre parentes, e futuramente a perda dos enxames.


Bem, em suma foi isso, desculpem a forma resumidíssima rsrs mas é que o tempo não tem sido meu aliado ultimamente. Em breve voltaremos com as atividades melipônicas com força total. Grande abraço!

Francisco Carlos Alencar
Meliponário Alencar
São Luis-MA

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Abelhas sem ferrão a peso de ouro

Caros amigos,

Encontrei essa matéria da revista Globo Rural sobre o Ezequiel de Macedo, um exemplo para a meliponicultura, aproveitem!

Dezoito de maio é data dourada para Ezequiel de Macedo, um dos mais respeitados meliponicultores do país, nascido em Caicó, no Rio Grande do Norte, mas aninhado desde menino em Jardim do Seridó, no sul do estado. Todo ano, neste dia, mune-se de garfo, faca e peneira de ouro maciço (18 quilates), abre o portão de acesso ao meliponário central com chave também feita de ouro e começa a colher mel, repetindo ritual iniciado em 1994, quando constatou que poderia viver da criação de abelhas nativas, sua paixão. O ouro, atestam amigos e parentes, não significa ostentação. É sinal de respeito. É um modo peculiar de agradecer às abelhas, especialmente à jandaíra (Melipona subnitida), pela produção. 'Ela é de ouro', afirma Ezequiel, referindo-se às características da espécie, cujo mel, apreciado pelas populações nordestinas pelo sabor, qualidades medicinais e valor pecuniário, tem a mesma cor do metal.


A simbologia (ele abre e fecha a colheita com chave de ouro; usa o garfo e a faca para furar potes de mel e a peneira para coá-lo) também tem como propósito valorizar a marca Jandermm – Jandaíra de Ezequiel Roberto Menezes de Macedo, seu nome inteiro, e a produção local, perpetuando as tradições. 'Sou homem antigo (tem 27 anos). Sempre que posso, procuro resgatar costumes do passado', justifica, evocando coronéis dos séculos 19 e 20, senhores da vida e da morte no sertão, que comiam com talheres de ouro e gostavam de coalhada com mel de jandaíra. O 'velho' Ezequiel, secretário do meio ambiente do município e pau-para-toda-obra da paróquia local, aniversaria em dezembro, mês de festas e esperanças. Ao completar seis anos de idade, somou aniversário, Natal e Ano Novo e pediu um presente inusitado: uma colmeia de jandaíra. O pai, tradicional criador de gado no Seridó, região que abriga população aproximada de 250 mil pessoas e abrange mais de 2,3 mil quilômetros quadrados de caatinga no sul do Rio Grande do Norte e norte da Paraíba, estranhou, mas acedeu. 'Eu ficava apenas acompanhando o zumbizum dos bichinhos, como se fosse um brinquedo especial no qual não devesse tocar, embora já soubesse que elas não picam, pois têm o ferrão atrofiado, diferentemente das espécies européias ou africanizadas (Apis mellifera)', lembra. Aos 14 anos, passou da observação à prática e virou meliponicultor, apesar do descrédito geral.

Abelhas do sertão
As abelhas nunca foram exploradas racionalmente no Nordeste. Os sertanejos limitavam-se à coleta, destroçando as colmeias e queimando árvores onde se aninhavam. Quando muito, colocavam-nas em cabaças ou madeira ocada e as levavam para perto de suas moradias, para aproveitamento posterior. 'Ninguém atinava para a possibilidade de ganhar dinheiro com espécies nativas', rememora. O próprio Ezequiel vacilou em anos de seca brava, ocasiões em que a produção de mel é tão pequena que não compensa extraí-lo. 'Nessas condições, o melhor a fazer é deixá-lo como reserva para nutrir o enxame em dias de penúria', ensina. Quando o inverno (época das chuvas) é bom, a 'safra' vai de abril a julho, estendendo-se eventualmente até agosto, dependendo da umidade e floração. Em abril de 1994, por exemplo, ele quase desistiu, embora tivesse 80 colmeias em condições de produção. Sopesou algumas delas para avaliar o conteúdo e sentiu-as leves. Vazias. Furou potes, e nada. Voltou desanimado em 18 de maio mas, para sua surpresa, os potes estavam cheios. Gordos. Ele colheu até 20 de setembro, época habitualmente seca. Naquele ano, choveu bastante. A caatinga, vegetação geralmente espinhenta, arbustiva e rala, dominada por cardeiros, xique-xique e outras cactáceas, esverdejou e permaneceu florida durante meses. Neste ano choveu menos mas mesmo assim colheu quase dois mil litros.

É abenautas... ótimos passos para serem seguidos, passando pelo caminho da preservação ambiental até chegar ao "caminho de ouro" é isso ai! Grande abraço.

Fonte: http://revistagloborural.globo.com/EditoraGlobo/componentes/article/edg_article_print/1,3916,355204-1641-1,00.html

Francisco Carlos Alencar
Meliponário Alencar
São Luis - MA

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Cuidado com a Irapuá!

Caros abenautas,

Recentemente recebi uma visita indesejável, eram as abelhas da espécie Irapuá ( Trigona spinipes), é uma abelha social brasileira, da subfamília dos meliponíneos, de coloração negra reluzente, mede cerca de 5,0 a 6,5 mm. Não possui ferrão, nem dá picadas, quando muito se enrosca no cabelo das pessoas e isso acontece pois seu corpo está normalmente coberto por resinas de árvores como o pinus e o eucalipto.

O mel dessa abelha é às vezes tóxico e pode até matar, não se sabe ao certo o porquê da toxidade do mel da irapuá, mas essa abelha costuma pegar excremento para formar a parte externa do ninho. Seus ninhos são aéreos, de formato oval, apoiados em forquilhas de árvores ou em cupinzeiros abandonados. No ninho destaca-se a presença de uma consistente massa composta de materiais diversos, tais como: restos de casulos, abelhas mortas, excrementos e resinas.

Bem, a visita foi classificada de indesejável, porque essa espécie é agressiva, podendo atacar outras abelhas sem ferrão, fato que infelizmente já ocorreu aqui no meliponário. Elas tentam invadir a colméia em busca de alimento, e acabam brigando com as defensoras, o que ocasiona muitas mortes, inclusive a da própria colônia invadida, se essa for muito nova ou fraca.

A única solução para se livrar do incômodo, é eliminar os indivíduos que vão aparecendo, antes que possam retornar ao seu enxame e avisar a outras centenas de operárias da existência de um belo local para ser saqueado. O combate com veneno não é indicado, devido a existência das outras abelhas e também pelo fato de não matar a rainha que fica no ninho e continua produzindo novas operárias, milhares delas.

Além dos possíveis ataques a outras abelhas, elas ainda destroem botões florais de algumas plantas. Para fazer seus ninhos elas utilizam fibras de vegetais. Costuma ser um problema para os produtores de citros. Elas atacam flores e folhas novas até a casca do tronco da planta para retirar resina. Quando as plantas estão em flor o prejuízo é ainda maior, pois a irapuá faz um orifício nos botões florais prejudicando a frutificação. O crescimento das plantas também é retardado devido ao ataque destas abelhas. além dos citros atacam também bananeiras, jabuticabeiras, jaqueiras, mangueiras, pinheiro-do-paraná, entre outros.

No Estado de São Paulo, já é considerada como praga, pois há um ninho de abelhas irapuá a cada 500 metros, por isso é importante controlar a formação de ninhos nas proximidades.
A solução, adotada por muitos agricultores, é a destruição de alguns cortiços à noite, quando as abelhas não voam. A recomendação é do estudioso das abelhas brasileiras, Paulo Nogueira Neto. Ele explica que embora necessária, porque é uma grande polinizadora, a irapuá, causa muito prejuízo, porque perfura a base das flores ainda fechadas, em busca de néctar.


Enquanto eu eliminava as invasoras, as tiúbas também chegavam no local para entrar na briga!

Detalhe, essa abelha também é conhecida pelos nomes de: abelha-cahorro, abelha irapuã, arapica, arapu, arapuá, aripuá, axupé, caapuã, cabapuã, enrola-cabelo, guaxupé, irapuá, mel-de-cachorro, torce-cabelo, cupira e urapuca. Ufa!

Fonte:

http://nasasaneamento.com.br/content/view/125/82/

http://www.vivaterra.org.br/insetos.htm


Até a próxima...

Att,

Francisco Carlos Alencar
Meliponário alencar
São Luis - MA


 
© 2009 Meliponário Alencar. All Rights Reserved | Powered by Blogger
Design by psdvibe | Bloggerized By LawnyDesignz Distribuído por Templates